Tropical Darkzera é o conceito que abraça apertado todas as frentes artísticas de Malfeitona. É o tropical não-óbvio, belo, bravo, complexo, sombrio e agressivo. Com família do recôncavo e interior da Bahia, a artista nascida e criada em Salvador une a estética “dark” com a tropical. Os conceitos parecem opostos, mas se complementam para reinventar o imaginário nacional da Bahia, do Brasil e da América Latina com originalidade, detalhe, contraste e humor.
Os cactos se enfeitam de espinhos, assim como os punks. O mesmo sol nervoso e quente que ilumina as férias dos turistas na praia também brilha sobre os trabalhadores que carregam peso e esperam o ônibus. Os coqueiros compridos, com suas folhas de pontas afiadas e raízes que parecem capilares venosos, resistem altivos ao vento e ao mar. O carnaval é mais intenso que qualquer festival de metal. O manguezal com sua lama preta e suas raízes entrelaçadas abrigam pequenos monstrinhos gosmentos e encarapaçados com olhos compridos e garras que pinçam. Enquanto muriçocas são as verdadeiras vampiras que sugam o sangue humano, os morcegos voam a noite atacando mangas, cajus, flores, sementes e insetos sendo um dos maiores responsáveis pela manutenção dos biomas tropicais.
Sob o conceito da tropical darkzera Malfeitona remixa o belo com o agressivo, apresenta críticas sociais com humor e temas leves com prolixidade excessiva. Criticando o perfeccionismo artístico e as normas acadêmicas, Malfeitona utiliza cores vivas e chapadas para representar criaturas obscuras e bastante preto para “darzeirar” cenários estereotipadamente alegres e cria assim obras expressivas e originais. Malfeitona se inspira nas estéticas dos anos 90 e 2000, nos quadrinhos brasileiros e mangás japoneses, na arte e comunicação visual das ruas e na fábrica de arte constante que é Salvador. Se inspira em Caribé, Jorge Amado, Nação Zumbi, J. Borges, Calasans Neto, Turma da Mônica, Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball, Nana, Black Metal, Punk Rock, Panos de prato decorados, muros de escola de bairro, placas de gráficas de bairro com muitas fotos em baixa qualidade e dizeres em comic sans, nas tipografias de feiras e barquinhos, na estética católica latina, nos produtos peba e nos “armengues” (gambiarras).
O Barroco, estilo artístico muito presente na arquitetura colonial de Salvador, é marcado pela exuberância, riqueza de detalhes, pela sátira e, principalmente, pelo contraste da união entre luz e sombras. Em sua arte Malfeitona também explora o contraste, pois é assim ela vê sua cidade natal, onde a beleza e a feiura da realidade andam juntos. Salvador respira arte, mas também é uma das capitais com o maior número de trabalhadores informais do Brasil. A opulência das igrejas e das mansões contrastam com a pobreza de boa parte da população, assim como a alegria das festas de rua anda junto com a violência. Na obra de Malfeitona, essas características estéticas também aparecem de uma maneira dark, marcadas tanto pelas influências do rock quanto pelos cenários e calor da Bahia, onde o sol é “nervoso” e o caranguejo é fofinho. Malfeitona cria ilustrações de traços simples, mas cheio de detalhes, representa questões profundas como o sincretismo religioso com humor, praias paradisíacas coexistem com mangues trevosos e abusa da figura do morcego e do mangue, símbolos máximos da tropical darkzera.
Os cactos se enfeitam de espinhos, assim como os punks. O mesmo sol nervoso e quente que ilumina as férias dos turistas na praia também brilha sobre os trabalhadores que carregam peso e esperam o ônibus. Os coqueiros compridos, com suas folhas de pontas afiadas e raízes que parecem capilares venosos, resistem altivos ao vento e ao mar. O carnaval é mais intenso que qualquer festival de metal. O manguezal com sua lama preta e suas raízes entrelaçadas abrigam pequenos monstrinhos gosmentos e encarapaçados com olhos compridos e garras que pinçam. Enquanto muriçocas são as verdadeiras vampiras que sugam o sangue humano, os morcegos voam a noite atacando mangas, cajus, flores, sementes e insetos sendo um dos maiores responsáveis pela manutenção dos biomas tropicais.
Sob o conceito da tropical darkzera Malfeitona remixa o belo com o agressivo, apresenta críticas sociais com humor e temas leves com prolixidade excessiva. Criticando o perfeccionismo artístico e as normas acadêmicas, Malfeitona utiliza cores vivas e chapadas para representar criaturas obscuras e bastante preto para “darzeirar” cenários estereotipadamente alegres e cria assim obras expressivas e originais. Malfeitona se inspira nas estéticas dos anos 90 e 2000, nos quadrinhos brasileiros e mangás japoneses, na arte e comunicação visual das ruas e na fábrica de arte constante que é Salvador. Se inspira em Caribé, Jorge Amado, Nação Zumbi, J. Borges, Calasans Neto, Turma da Mônica, Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball, Nana, Black Metal, Punk Rock, Panos de prato decorados, muros de escola de bairro, placas de gráficas de bairro com muitas fotos em baixa qualidade e dizeres em comic sans, nas tipografias de feiras e barquinhos, na estética católica latina, nos produtos peba e nos “armengues” (gambiarras).
O Barroco, estilo artístico muito presente na arquitetura colonial de Salvador, é marcado pela exuberância, riqueza de detalhes, pela sátira e, principalmente, pelo contraste da união entre luz e sombras. Em sua arte Malfeitona também explora o contraste, pois é assim ela vê sua cidade natal, onde a beleza e a feiura da realidade andam juntos. Salvador respira arte, mas também é uma das capitais com o maior número de trabalhadores informais do Brasil. A opulência das igrejas e das mansões contrastam com a pobreza de boa parte da população, assim como a alegria das festas de rua anda junto com a violência. Na obra de Malfeitona, essas características estéticas também aparecem de uma maneira dark, marcadas tanto pelas influências do rock quanto pelos cenários e calor da Bahia, onde o sol é “nervoso” e o caranguejo é fofinho. Malfeitona cria ilustrações de traços simples, mas cheio de detalhes, representa questões profundas como o sincretismo religioso com humor, praias paradisíacas coexistem com mangues trevosos e abusa da figura do morcego e do mangue, símbolos máximos da tropical darkzera.
O método de criar também é tropical darkzera – muitas decisões artísticas de malfeitona e de suas influências foram influenciadas pela restrição de recursos ou formação. Tendo crescido na mesma casa e no mesmo bairro que sua família, viu seus avós e tios tirarem seu sustento como autônomos, com pequenos negócios no bairro. Assistiu também as mulheres da família customizando roupas, panos de prato e criando as artes que decoravam as casas. Malfeitona observa a rua como museu, apreciando os artistas de rua, os muros das escolas infantis pintados com personagens famosos cujas proporções se distorcem no acabamento dos muros e aprende com a estratégia de marketing dos camelôs e familiares feirantes. Viu seus conterrâneos dando conta, com muita criatividade, de múltiplas funções por conta própria. Mais tarde, teve contato com o movimento punk e do conceito “Do It Yourself” (DIY) ou “faça você mesmo”, e juntando as duas referencias adotou o “mete mão e faz”. Malfeitona não romantiza e deseja profundamente que todos tenham acesso a recursos e a educação para realizar o que desejam mas, na falta deles, valoriza muito fazer o que se pode com o que se tem, o peba e os armengues (gambiarras) que são para ela adaptações criativas tecnológicas e maravilhosas.
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